segunda-feira, 28 de junho de 2010

História de Garopaba


                         
Sua história se insere no descobrimento do Brasil. A primeira notícia que teríamos de Garopaba pode ser a da expedição naval que a 24 de junho de 1525 zarpava da Coruña, na Espanha, com destino às Molucas, na esteira de Fernão de Magalhães. Para fugir de um temporal, o espanhol Dom Rodrigo de Acuña, aportou o Galeão San Gabriel na Baia de Garopaba. Ali vivia o índio Carijó, que pertencia a tribo dos Guaranis. Descrito como homem simples e de caráter pacífico. Alimentava-se da caça, da pesca e dos produtos naturais da terra. Possuía também pequenas plantações de verduras e raízes, de que se ocupavam as mulheres. Os Carijós moravam em tabas ou aldeias, que contavam de 30 a 80 cabanas.
O primeiro povoado só surgiu em 1666 formado de imigrantes açorianos e estes aproveitaram a enseada natural de barcos. Assim, Garopaba recebe os açorianos que começaram a se estabelecer e a formar comunidades atraídos pela pesca da baleia.
Foram os tupi-guaranis, os primeiros habitantes de Garopaba; é a língua indígena que se deve o nome "garopaba". Este nome vem grafado – gahopapaba - na carta de Turim, em 1523, ou assim: upaua, upaba, guarupeba. Muitos vêem neste nome o significado de "enseada das garoupas".
O verdadeiro significado está no guarani, a língua local: ygá, ygara, ygarata: significa arco,embarcação, canoa; mpaba e paba é estância, paradeiro, lugar, enseada.
Garopaba, então, significa "lugar dos barcos ", enseada dos barcos". O nome condiz com a primeira utilidade da enseada, recanto seguro para ancoradouro de embarcações.
Os açorianos desembarcaram em Garopaba enviados pelo Império Português, procedentes das Ilhas dos Açores, as quais na época encontravam-se em processo de superpovoação.
Os açorianos ali instalados, caçavam baleias comercializando seu óleo e barbatanas. Contudo, é no século XVII que a imigração se dará de forma intensa, e até desorganizada, com a chegada em grande número de casais açorianos. Por este desenvolvimento, Garopaba tornou-se freguesia no dia 13 de maio de 1846, por Manoel Marques Guimarães. Nesta época foram construídos a Igreja Matriz, o Cemitério e a Casa Paroquial.
Em 1793, foi criada a Armação de São Joaquim de Garopaba. A Paróquia foi criada por decreto do Governo Imperial em 09/12/1830, sua instalação ocorreu no ano de 1846.
Garopaba fica ligada ao vigário da Enseada de Brito, ao Norte, o Padre Vicente Ferreira dos Santos Cordeiro. Em 1839, ocorre a Declaração do Estado Catarinense Livre e Independente, através da Câmara Municipal de Laguna, constituindo a República Juliana, que fez parte da Revolução Farroupilha.
Em 1862 -1864, assume a Paróquia, o Padre italiano Rafael Faraco, que viria a exercer papel de fundamental importância no crescimento da localidade. Homem forte, energético, decidido e disposto, Faraco consegue reformar a Igreja Matriz, exerce importante papel na vida política da Freguesia e torna-se o principal responsável pela criação da Vila de Garopaba em 1877.
Em 06 de março de 1890, com trabalho de mobilização da Freguesia, Garopaba é elevada a Vila, com decreto do então Governador, Lauro Severiano Muller. No dia 08 de Abril deste mesmo ano, o Governador nomeia os cinco membros do Conselho da Intendência que dirigira o Município. A instalação só ocorre no dia 07 de Junho de 1890.
No ano de 1890 dá-se a criação do comissariado de Garopaba. A guarda Municipal é criada em 1896. Em 19 de Outubro de 1906 Garopaba passa a fazer parte da Comarca de Palhoça. Em 1923, Garopaba perde a condição de Município, passando a integrar o Município de Imbituba, pertencendo a comarca de Laguna. Em 1930, Garopaba passa a Distrito de Palhoça. No ano de 1961, Garopaba volta a condição de Município, tendo sido instalado no dia 30 de dezembro de 1961.
Fundação da Armação de São Joaquim de Garopaba
Com o aumento da procura dos artigos industrializados a partir da baleia (barbatanas e azeite, para iluminação pública e argamassas), foi criada em 1793 a Armação de São Joaquim de Garopaba, que durou até 1801 e deu condições para a elevação do povoado a categoria de Freguesia.
Entretanto, a Lei 231 de 13/05/1846, que transformou Garopaba em Freguesia, trouxe uma prosperidade apenas aparente e fugaz para a localidade, através da construção de um cemitério, da Casa Paroquial, propriedade da extinta Armação. Logo depois, Garopaba voltaria a ser a típica vila de pescadores, o que dificultava até mesmo a permanência de um pároco na Igreja Matriz.
Origem do Nome
É da língua indígena que vem o nome "Garopaba". Em guarani, ygá, ygara, ygaratá, significa barco, embarcação, canoa; mpaba, paba, é estância, paradeiro, lugar, enseada. Garopaba, então, significa "Enseada das Canoas", "Enseada dos Barcos". O nome condiz com a primeira utilidade da enseada, recanto seguro para ancoradouro de embarcações.
Símbolos de Garopaba
A Bandeira
Tem a forma retangular, na proporção de dois módulos de largura para três módulos de comprimento, suas cores são o branco e o azul. Está dividida em quatro triângulos isósceles, sendo os do lado esquerdo e direito brancos e os de baixo e de cima azuis, tendo no centro o Brasão de Garopaba.
O Brasão
Foi instituído pela lei n.º 186/71. É de autoria do Sr. Wolfgang Ludwig Rau e possui as seguintes características: escudo moderno com coroa mural, de uma alegoria externa e uma faixa envolvente. O escudo é dividido em quatro campos (quartéis), dois laterais simétricos, nas cores verde e amarelo; um central em forma triangular, na cor rosa claro e na parte inferior em azul celeste. No campo azul celeste está representado um peixe, que é Garopaba. Simboliza este, a riqueza das águas, sendo o pescador a maior fonte de renda do Município. Simultaneamente, o peixe simboliza o espírito cristão que entrelaça o povo da comunidade.
O campo rosa claro central, apresenta no triângulo, uma alegoria com vistas às atividades agrícolas, comerciais e industriais do município. São configuradas por cana-de-açúcar e espigas de arroz, pelo símbolo alado do mercúrio e por uma engrenagem mecânica. Os dois campos simétricos laterais apresentam-se raiados simetricamente, alternando as cores nacionais verde e amarelo, mostram cada uma, gaivota branca em vôo, simbolizando a índole patriótica do povo e a condição marítima do Município. Lembram as Gaivotas os deleites amenos oferecidos pelas praias do balneário. Coroando o escudo, uma muralha dourada com seus torrões de sentinelas, representa a comunidade vigilante.
Uma canoa dourada em frente a muralha faz referência a origem do nome da cidade e do município que vem da língua tupi “y-gara-paba” que significa o surgidouro ou repouso das canoas; o posto. Duas estrelas de cinco pontas, dispostas simetricamente sobre a coroa mural, em vermelho, dizem da inteligência e vontade dos habitantes do município, de exercerem o domínio dos instintos e elementos.
A faixa envolvente ao pé do escudo, nas cores predominantes do Estado de Santa Catarina traz o nome do município e a data de sua emancipação. A alegoria externa, situada no Brasão, entre a faixa envolvente e o escudo propriamente dito – faz múltiplas referências à história remota e ao desenvolvimento da região, cuja sede teve origem em 1975, como Armação para a pesca das baleias.
Um homem carijó ao lado de um tipiti* para fabricação de farinha de mandioca, lembra os antigos habitantes, testemunhados pelos sambaquis e restos de oficinas indígenas e pedra cerâmica, existentes no litoral do município. O escudo português de Pedro Lopes de Souza demonstra ter a região de Garopaba pertencido a sua capitânia, ao tempo do tratado de Tordesilhas. Faz alusão também à colonização açoriana presente no litoral catarinense. A cruz cristã lembra os padres Jesuítas da catequese, o chapéu da aba larga, os desbravadores vicentinos, a âncora da fé, os navegadores.
Um conjunto de armas de guerra recorda a presença em Garopaba, dos “Farrapos” sob ordens do Cel. Joaquim Teixeira Nunes, na Encantada, em 1839, a época da República Juliana Catarinense na Laguna, cujo escudo se distingui ladeando o Brasão envolvido pela chama imorredoura da liberdade.
A canoa e o barreto frígido lembram as lutas políticas entre monarquistas e republicanos. Variados apetrechos de pesca e de lavoura simbolizam as principais atividades na região, exercidas pela população desde os seus primórdios.
* Utensílio de forma circular, confeccionado em palha, utilizado nos engenhos de farinha para comportar o produto no processo de prensagem.